BioTop, esperança para os prados de posidônia

Uma equipe multidisciplinar de engenheiros e cientistas do IQS do Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados (IMEDEA – CSIC) apresentou um sistema pioneiro projetado para a recuperação em larga escala de prados subaquáticos cruciais de Posidonia oceanica e outros bancos de ervas marinhas no Mediterrâneo. Este avanço, parte do projeto BioTop e financiado pela Fundação Ona Futura, representa um passo significativo na conservação de um dos ecossistemas mais valiosos do Mar Mediterrâneo.
Posidonia oceanica, uma planta marinha endêmica, forma extensos prados vitais para a saúde do ecossistema marinho. Esses prados atuam como produtores de oxigênio, sumidouros de carbono, habitats e viveiros para diversas espécies, além de proteger o litoral da erosão. Sua presença é um indicador fundamental da qualidade ambiental e da biodiversidade do Mediterrâneo.
A pesquisa combina a vasta experiência em regeneração de prados de Posidonia do Dr. Jorge Terrados (biólogo) e da Dra. Inés Castejón (ciências marinhas) do IMEDEA – CSIC, com o conhecimento em materiais e design de infraestruturas marinhas sustentáveis dos engenheiros do grupo GAM – Mecânica Aplicada e Manufatura Avançada do IQS, liderado pelo Dr. Marco Antonio Pérez e Dr. Albert Forés, CEO e cofundador da startup NextReef Ecosystems.
Como resultado dessa sinergia, foi patenteado um sistema inovador que permite o plantio rápido e eficiente em áreas degradadas. A solução se baseia em uma estrutura de material desintegrante, onde fragmentos de Posidônia são ancorados à superfície. Uma vez no fundo do mar, essa estrutura protege as plantas e promove seu enraizamento e crescimento natural, facilitando a restauração das funções ecológicas do prado. Com o tempo, a estrutura se desintegra completamente, deixando as plantas enraizadas e contribuindo para a restauração do equilíbrio ecológico.
O primeiro teste piloto deste sistema foi realizado na Baía de Pollença, nas Ilhas Baleares. Após um ano de monitoramento, os resultados são altamente encorajadores, mostrando um progresso positivo com os elementos plantados. "A colaboração entre pesquisadores de diferentes disciplinas é muito interessante e importante. A experiência de poder colaborar com biólogos, ecólogos e engenheiros nos permite projetar e testar diferentes metodologias para facilitar e melhorar a eficiência do sistema", explica o Dr. Jorge Terrados.
O sucesso desta tecnologia motivou a expansão da colaboração entre o IMEDEA-CSIC e o IQS para estudar a aplicação deste sistema a outras espécies de fanerógamas marinhas, como a Cymodocea nodosa, presentes na costa catalã.
A iniciativa BioTop destaca o compromisso da IQS e dos seus parceiros com a inovação tecnológica ao serviço da sustentabilidade ambiental e da proteção dos ecossistemas marinhos do Mediterrâneo.
ABC.es