Energias renováveis enraizadas: energia limpa que protege a biodiversidade

Antes que um único painel solar capte a luz solar ou uma pá de turbina eólica comece a se mover, uma tarefa mais silenciosa, mas igualmente vital, já começou: respeitar a energia da natureza. Portanto, o Dia Mundial do Meio Ambiente, que celebramos hoje, é o momento ideal para reconhecer um aspecto menos visível, mas essencial, do desenvolvimento de projetos de energia renovável: o profundo compromisso ambiental que sustenta cada um deles, desde a concepção até o descomissionamento, especialmente no que diz respeito à proteção da biodiversidade.
Para empresas como a Verbund Green Power Iberia , proteger a biodiversidade não é uma opção, mas um compromisso enraizado em sua identidade corporativa. E embora essa afirmação possa soar como um simples slogan corporativo ou greenwashing, a realidade demonstra que se trata de uma convicção profundamente enraizada em sua forma de trabalhar, que se traduz em ações concretas.
A transição energética que a Espanha está buscando por meio do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNIEC) não pode ser alcançada sem energia renovável. Essas usinas, que geram eletricidade limpa com emissões praticamente nulas, interagem inevitavelmente com o ambiente natural. Portanto, as empresas de energia dedicam uma enorme quantidade de recursos, esforços e conhecimento para minimizar e compensar qualquer impacto potencial. O desafio não é evitá-lo completamente, o que é tecnicamente impossível, mas minimizá-lo o máximo possível e garantir que a produção de energia limpa também seja ambientalmente responsável.
Essa filosofia de trabalho transcende a mera teoria e se torna prática tangível em cada intervenção. As empresas de energia mais comprometidas elevam a proteção da biodiversidade ao status de princípio fundamental de seus negócios.
Na Verbund, a preservação ambiental é uma prioridade em todas as etapas do desenvolvimento do projeto. Assim, uma ampla gama de medidas é implementada em suas unidades para minimizar qualquer impacto ambiental ou paisagístico, bem como para proteger, restaurar e reabilitar espaços e ecossistemas naturais. Para tanto, são realizadas iniciativas como a criação de estruturas para nidificação de pássaros, a melhoria e restauração de áreas úmidas para anfíbios, a marcação de aves protegidas, a correção de linhas de energia perigosas e o monitoramento ambiental.
Nesse cenário, equipes técnicas se tornam verdadeiras exploradoras dos ecossistemas locais, aplicando uma metodologia que alia rigor científico, respeito ao meio ambiente e conhecimento profundo da região.
Um exemplo disso são os projetos fotovoltaicos que a Verbund Green Power Iberia está desenvolvendo atualmente na Andaluzia, onde a equipe de técnicos ambientais realizou levantamentos de dois endemismos ibéricos: um gastrópode conhecido como "chapa" (Iberus gualtieranus) e um lepidóptero conhecido como "menina astrágalo" (Kretania hesperica). Essas análises meticulosas são um testemunho do respeito e da compreensão da biodiversidade local.
As usinas fotovoltaicas de Pinos Puente (Granada) e La Solana (Cáceres) foram incluídas no Guia de Biodiversidade da Eurelectric, um guia exclusivo para a implantação sustentável de projetos de energia renovável e de rede. Ambos os projetos promovem corredores ecológicos que promovem a conectividade entre habitats naturais, facilitando a circulação da vida selvagem. Estão sendo realizados esforços de reflorestamento com vegetação nativa. Refúgios para aves e anfíbios e hotéis para insetos foram criados. Da mesma forma, a iniciativa de manter áreas gramadas por meio do pastoreio de ovelhas está se mostrando igualmente interessante e bem-sucedida.
Uma proteção real que foi reconhecida (em seis projetos fotovoltaicos) com a "Certificação de Excelência em Sustentabilidade" pela União Fotovoltaica Espanhola (UNEF), o que demonstra o projeto cuidadoso das usinas, levando em consideração critérios de sustentabilidade ambiental e impactos sociais.
Do primeiro rascunho de um projeto até sua desativação, cerca de 35 anos depois, a avaliação e a proteção ambiental estão presentes em todas as etapas. Um aspecto notável é o que acontece durante o desenvolvimento: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), um documento técnico que inclui estudos de flora, fauna, avifauna, ruído e inventários botânicos, entre outros. Este documento estabelece as medidas preventivas, corretivas e compensatórias necessárias, que são então implementadas e rigorosamente monitoradas durante a construção e a operação.
Medidas preventivas buscam evitar qualquer impacto potencial, como a instalação de alimentadores de pássaros em linhas de energia ou a seleção criteriosa de locais para evitar áreas sensíveis. Medidas corretivas são aplicadas quando o impacto já ocorreu e incluem ações como a restauração de áreas degradadas ou o controle da erosão. Quando não é possível prevenir ou corrigir totalmente um impacto potencial, medidas compensatórias entram em ação: reflorestamento, criação de habitats alternativos ou investimento em conservação. Embora muitas dessas medidas possam passar despercebidas a olho nu ou por um olhar destreinado, sua relevância é equivalente à de qualquer componente tecnológico de uma planta.
Outro ponto que merece destaque, cujo valor e dedicação passam despercebidos, é a comunicação constante entre gestores de obra, técnicos ambientais e autoridades públicas. Essa comunicação permite a verificação in loco da correta implementação de todas as medidas e garante que os relatórios periódicos reflitam com precisão a realidade ambiental do projeto. Além disso, graças a essa colaboração, as empresas de energia estão fornecendo uma vasta quantidade de informações sobre biodiversidade que aprimoram e aprimoram os bancos de dados ambientais das administrações públicas.
E não é apenas a comunicação entre os membros da equipe que é essencial. As empresas de energia também trabalham com consultorias especializadas, associações de conservação, agricultores e até universidades. Nesta última área, a Verbund Green Power Iberia está explorando a viabilidade do cultivo de certos tipos de culturas com painéis solares como parte de projetos agrovoltaicos: uma abordagem que combina sustentabilidade energética e produção agrícola, e pode abrir novas possibilidades de uso do solo em áreas rurais. Para esta empresa, é essencial que a geração de eletricidade impacte e beneficie direta e indiretamente a região em que opera.
Essa abordagem à sustentabilidade ambiental e à proteção da biodiversidade também se reflete em uma presença ativa em fóruns setoriais e grupos de trabalho sobre boas práticas ambientais, onde o compartilhamento de conhecimento é fundamental para a melhoria contínua. Com regulamentações em rápida evolução e uma sociedade cada vez mais exigente e ambientalmente consciente, a conformidade não basta: precisamos dar o exemplo.
Em última análise, o sucesso de um projeto de energia renovável não se mede apenas pelos megawatts gerados, mas também pela sua capacidade de integração com o meio ambiente. A concretização de usinas solares e eólicas é apenas a ponta do iceberg. O que está por trás delas — o trabalho meticuloso e apaixonado de dezenas de profissionais que estudam a fauna e a flora, restauram habitats e desenvolvem medidas de conservação — é o que torna uma empresa de energia um verdadeiro ator na proteção ambiental.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, vale lembrar que a natureza não se protege com palavras, mas com ações. E que a transição energética, para ser verdadeiramente verde, também deve respeitar a vida ao nosso redor.
ABC.es