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Pelo terceiro ano consecutivo, a Colômbia é o país mais mortal para os defensores do meio ambiente.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Colômbia é o país mais mortal para os defensores do meio ambiente.
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Bogotá (EFEverde).- Pelo menos 146 defensores da terra e do meio ambiente foram mortos ou desapareceram* em todo o mundo no ano passado enquanto defendiam suas terras, suas comunidades ou o meio ambiente. A Colômbia foi o país com o maior número de assassinatos de ativistas ambientais no mundo pelo terceiro ano consecutivo em 2024, registrando 48 casos, "um terço de todos os ataques letais documentados", informou a ONG Global Witness na terça-feira.

A Global Witness documentou 117 assassinatos de defensores no ano passado (82%) na América Latina, 48 dos quais registrados na Colômbia, que registrou o maior número de assassinatos no mundo pelo terceiro ano consecutivo. A Guatemala veio em seguida, onde 20 defensores foram mortos em 2024, contra quatro em 2023.

Embora o relatório anual tenha relatado "uma diminuição nas represálias contra defensores" em comparação aos 79 assassinatos registrados em 2023 no país, a organização alertou que essa redução "não equivale a uma diminuição geral da violência".

Dos 48 homicídios registrados no ano passado, pelo menos 20 eram de camponeses e 19 eram de membros de comunidades indígenas, incluindo 13 membros da comunidade indígena Nasa, no departamento de Cauca, no sudoeste do país, segundo o relatório.

Impunidade diante da violência

A Global Witness destacou que, na Colômbia, apenas 5,2% dos casos registrados desde 2002 "foram resolvidos nos tribunais", uma tendência global que, segundo a organização, se deve à "falta de sistemas judiciais funcionais".

"As famílias de defensores dos direitos humanos assassinados ou desaparecidos raramente veem seus agressores levados à justiça. Se tiverem sorte, o autor direto, geralmente um assassino de aluguel, será preso e julgado. Mas os mentores, aqueles que planejam e pagam pelo ataque, raramente são condenados", afirma o relatório.

A organização identificou a produção agrícola ilegal e o tráfico de drogas como "uma causa primária da violência" e destacou a "cultura do silêncio" que, por medo, leva povos indígenas, camponeses e afrodescendentes a não denunciar os "danos ambientais causados ​​pelas indústrias extrativas", especialmente em zonas de conflito e onde há grupos armados presentes.

Falta de proteção

Dos 48 líderes ambientais assassinados no ano passado na Colômbia, pelo menos cinco solicitaram ou receberam proteção.

"Ainda há muito a ser feito para garantir que as medidas de proteção atendam efetivamente às necessidades dos defensores dos direitos humanos", disse Jani Silva, líder social da Associação Perla Amazónica para o Desenvolvimento Integral Sustentável (ADISPA), no relatório.

Silva afirmou que, no início deste ano, soube que a Unidade de Proteção Nacional (UNP) da Colômbia queria retirar as medidas porque, de acordo com a entidade estatal, "nenhum incidente recente de vitimização havia ocorrido".

"Muitas vezes não relato todos os incidentes de segurança porque isso exige entrar em contato com o Gabinete do Procurador-Geral e fazer inúmeras declarações que raramente servem a algum propósito", disse ele.

A ativista explicou que sua proteção foi mantida "porque alguém das Nações Unidas forneceu documentação sobre um incidente recente".

México, Brasil, Filipinas…

Pelo menos 18 defensores foram mortos no México e pelo menos 12 no Brasil. As Filipinas registraram sete assassinatos, enquanto Honduras e Indonésia registraram cinco cada.

Um total de quatro defensores desapareceram em 2024 e não foram encontrados: um no Chile, um em Honduras, um no México e um nas Filipinas.

Mais uma vez, os povos indígenas foram vítimas de cerca de um terço dos ataques letais, apesar de representarem cerca de 6% da população mundial.

EFEverde

cme/csr/rrt/al

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