“Comemos muito peixe”: alerta a velejadora Maud Fontenoy no RMC

A Conferência dos Oceanos da ONU teve início nesta segunda-feira em Nice. Esta foi uma oportunidade para a velejadora Maud Fontenoy alertar sobre o consumo de peixe na França, um nível muito superior ao de nossos vizinhos europeus e asiáticos.
"Hoje, na França, comemos 35 kg de peixe por pessoa por ano. Na UE, a média é de 20 kg e na Ásia, de 20 a 21 kg", explicou Maud Fontenoy na RMC nesta segunda-feira.
"35 quilos é muito e, principalmente para a nossa saúde, precisamos reduzir a ingestão de proteínas e variá-la um pouco mais, tentar reorganizar o prato com mais vegetais, comer menos, mas comer melhor", acrescenta o velejador que não quer "apontar o dedo ou fazer as pessoas se sentirem culpadas".
Porque algumas espécies de peixes podem desaparecer até 2050. E não é culpa da pesca francesa, que rouba "1% do que é tirado dos oceanos". Por outro lado, os peixes nas prateleiras francesas frequentemente vêm do exterior. E 50% deles são criados em cativeiro.

"Não é um problema, mas é preciso saber as condições em que foi criado e se atendeu aos padrões. E 98% dos peixes cultivados vêm da Ásia, então é preciso saber o que se está colocando no prato", diz o marinheiro.
Nessas condições, o consumidor deve optar por peixes pequenos , arenque, cavala ou sardinha: "Atum vermelho, marlin, peixe-espada, eles acumularam toxinas, metais pesados e não são bons para a saúde", alerta Maud Fontenoy.
"Proteger os oceanos é a nossa saúde diária", continua o velejador.

"A sobrepesca é uma realidade, e estamos descartando peixes de cativeiro, um desastre para a biodiversidade com mutações genéticas catastróficas", diz a professora Barbara Lefebvre, muito comprometida com a causa animal, no set de Grandes Gueules . "E peixes são como vegetais; há estações", acrescenta.
Para o consultor Antoine Diers, é o formato do alerta que o incomoda: "Estou farto dessas injunções, todos se conhecem, agem de acordo com suas crenças. Peixe de viveiro me parece melhor do que peixe pescado em mar aberto", acredita.
Na abertura da Cúpula dos Oceanos da ONU, Emmanuel Macron apelou à mobilização para salvar os oceanos "em ebulição". "Se a Terra está aquecendo, o oceano está fervendo. A primeira resposta é, portanto, o multilateralismo", declarou o Presidente da República, assegurando que o Tratado de Alto Mar, assinado em 2023, seria ratificado por um número suficiente de países para entrar em vigor.
RMC