3,2 bilhões de euros em lucros com desmatamento: bancos europeus criticados pela ONG Global Witness
O desmatamento não está exatamente desanimando os bancos europeus em termos de lucros. De acordo com um relatório da ONG Global Witness, esses bancos teriam se beneficiado de € 3,2 bilhões em receitas de empresas responsáveis pelo desmatamento desde 2016. Se considerarmos os bancos em todo o mundo, isso representa € 24 bilhões. Entre os bancos europeus, o BNP Paribas lidera em receita, com € 748 milhões.
O relatório, produzido em parceria com a empresa de pesquisa holandesa Profundo, identificou 50 empresas ligadas ao desmatamento e à destruição de florestas, incluindo grandes agronegócios (JBS, Vilmar, Cargill, etc.), das quais os bancos europeus lucraram.
Para determinar as receitas, a organização analisou centenas de milhares de transações financeiras. "Começamos identificando empresas ligadas ao desmatamento e, em seguida, utilizamos o banco de dados Floresta e Finanças, que reúne dados sobre investimentos bancários em empresas", explica Giulia Bondi, ativista florestal da Global Witness, entrevistada pelo L'Humanité .
"Após analisar quase 344.000 transações financeiras de 50 empresas, conseguimos calcular a receita dos bancos com créditos, empréstimos, compromissos de capital e outras emissões de 2016 a maio de 2025", explicou ela.
Liderando o caminho está um banco francês: o BNP Paribas. O grupo, que se orgulha de ser um dos líderes mundiais em finanças sustentáveis, é, no entanto, o banco europeu que mais gerou receita com empresas responsáveis pelo desmatamento: € 748 milhões em 10 anos, principalmente da JBS no Brasil, um dos principais players da pecuária bovina.
Segundo Giulia Bondi, o BNP Paribas, assim como todos os bancos abrangidos pelo relatório, foi contatado como parte do relatório. "Eles contestam os números e a metodologia da pesquisa", conta ela. Hoje, membros da ONG Global Witness pedem regulamentações claras da União Europeia para impedir que os bancos europeus lucrem com o desmatamento.
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