Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos resiste à pressão da indústria mineira

A espada de Dâmocles paira sobre a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AII), cuja principal reunião anual terminou na sexta-feira, 25 de julho. Há mais de dez anos, o organismo multilateral negocia o código de mineração que regerá a exploração da "Área", ou seja, o leito marinho e oceânico e seu subsolo, em águas fora da jurisdição nacional. A sombra dos Estados Unidos — que não fazem parte da AII — paira sobre as discussões entre os países, desde que Donald Trump assinou um decreto no final de abril que visa acelerar a revisão e emissão de licenças de exploração comercial, inclusive em águas internacionais. O presidente americano vê isso como uma forma de "garantir o fornecimento confiável de minerais essenciais".
A indústria de mineração, que há anos pressiona a Autoridade para que suas negociações sejam concluídas com sucesso, assumiu a responsabilidade, e a The Metals Company apresentou um pedido de licença de operação ao governo americano no final de abril. Independentemente da estrutura, a empresa canadense quer extrair nódulos polimetálicos das profundezas, seixos pretos intrigantes ricos em metais (como níquel) que podem ser usados para fabricar baterias. Sua abordagem foi amplamente condenada dentro da Autoridade, cujos diversos órgãos se reuniram durante o mês de julho em sua sede em Kingston, Jamaica. Mas será que as futuras regulamentações devem ser elaboradas às pressas, dada a ameaça de unilateralismo? Se as discussões deste ano terminarem sem que o texto esteja pronto, a questão tem sido um tópico quente nas reuniões.
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Le Monde