Nuclear iraniano: negociações entre Teerã e europeus serão realizadas terça-feira em Genebra

O Irã será representado por Majid Takht-Ravanchi, segundo a agência de notícias Tasnim. O local dessas novas negociações não havia sido especificado até o momento. França, Reino Unido e Alemanha, juntamente com China, Rússia e Estados Unidos, firmaram um acordo com o Irã em 2015 que incluía restrições significativas ao seu programa nuclear em troca do levantamento gradual das sanções da ONU.

O texto tornou-se obsoleto quando Washington decidiu retirar-se unilateralmente do tratado em 2018, durante a primeira presidência de Donald Trump. Em retaliação, Teerã recuou de alguns de seus compromissos, especialmente em relação ao enriquecimento de urânio. França, Reino Unido e Alemanha ameaçam restabelecer as sanções da ONU contra o Irã se nenhuma solução negociada for encontrada até o final de agosto.

O Irã contesta a legitimidade do uso pelos europeus desta cláusula prevista no acordo de 2015. Durante a retirada dos EUA, Paris, Londres e Berlim reafirmaram seu compromisso com o texto, afirmando que queriam continuar o comércio com o Irã. Essas três capitais, portanto, não restabeleceram as sanções da ONU.

Mas o plano idealizado pelos europeus para compensar o retorno das sanções americanas tem tido dificuldades para se materializar, e muitas empresas ocidentais foram forçadas a deixar o Irã, que enfrenta alta inflação e uma crise econômica. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã é o único país sem armas nucleares a enriquecer urânio a um nível elevado (60%), bem acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo de 2015.