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TCU discute modelo do leilão do Tecon Santos 10 em encontro

TCU discute modelo do leilão do Tecon Santos 10 em encontro

Participaram representantes de ministérios, órgãos de controle, operadores logísticos e membros da sociedade civil

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou nesta segunda-feira (29), em Brasília, um painel público para debater a modelagem do arrendamento do Tecon Santos 10 — considerado o maior leilão portuário já estruturado pelo governo federal. Participaram representantes de ministérios, órgãos de controle, operadores logísticos e membros da sociedade civil.

A proposta do leilão, que está em análise pelo TCU, é considerada complexa e vem sendo debatida desde 2019. A principal polêmica gira em torno do modelo enviado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), que prevê duas fases para o certame. Na primeira etapa, armadores que já operam terminais no Porto de Santos seriam impedidos de participar — uma medida que atinge diretamente gigantes como a suíça MSC e a dinamarquesa Maersk, controladoras do terminal da Brasil Terminal Portuário (BTP).

De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos e a própria ANTAQ, o projeto foi reestruturado para se adequar às diretrizes atuais de política pública. A nova versão passou por audiência pública e recebeu mais de 50 contribuições, a maioria com foco na concorrência e nos efeitos de médio e longo prazo.

Risco de concentração e atenção à concorrência

Interlocutores do setor portuário avaliam que o maior risco não está na disputa em si, mas nos impactos posteriores ao leilão. A preocupação é que um mesmo grupo passe a operar múltiplos terminais de contêineres no Porto de Santos, o que poderia comprometer a competitividade, impactar os preços e afetar a eficiência logística.

O Ministério Público junto ao TCU também reforçou a necessidade de cautela. Segundo a procuradoria, o modelo precisa garantir segurança jurídica, evitar concentração de mercado e assegurar o interesse público.

Participaram representantes de ministérios, órgãos de controle, operadores logísticos e membros da sociedade civil. Foto: Jonilton Lima/MPor

Prefeitura cobra escuta

O prefeito de Santos, Rogério Santos, participou do painel e defendeu que o arrendamento do terminal seja acompanhado de um diálogo mais próximo com a cidade. Ele destacou a importância de compatibilizar o projeto com a infraestrutura urbana, proteger os trabalhadores portuários avulsos e evitar restrições excessivas que possam gerar judicializações futuras.

Para o prefeito, o projeto precisa estar alinhado com os investimentos em mobilidade e estrutura viária, como a construção de viadutos sobre trilhos e a transferência do terminal de passageiros para o Valongo. Ele também ressaltou que o novo terminal terá impactos diretos na dinâmica urbana da região portuária.

O Tecon Santos 10 será instalado no Cais do Saboó, em uma área de quase 623 mil metros quadrados. A previsão é que o terminal tenha capacidade para movimentar até 3,25 milhões de TEUs (unidades padrão de contêineres) e 91 mil toneladas de carga geral. Com esses números, o Tecon 10 deve se tornar o maior terminal de contêineres da América do Sul.

A decisão final sobre o modelo do leilão será tomada pelo plenário do TCU. O processo é visto como decisivo para o futuro da política portuária brasileira — e um teste de equilíbrio entre eficiência logística, segurança jurídica e compromisso social.

portalbenews

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