Petróleo bruto recua após máximas da sessão; cancelamento de voos nos EUA reduz consumo de combustível de aviação.

Por Erwin Seba

• Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram mais do que o esperado na semana passada.
• Relatórios privados sugerem que o mercado de trabalho dos EUA enfraqueceu em outubro.
• Gunvor retira proposta de compra dos ativos internacionais da Lukoil

HOUSTON, 7 de novembro (Reuters) – Os preços do petróleo bruto caíram em relação às máximas da sessão, com a demanda por querosene de aviação enfraquecida antes da temporada de viagens de fim de ano, devido à restrição de voos imposta pela agência reguladora de aviação dos EUA em função da escassez de controladores de tráfego aéreo causada pela paralisação do governo.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 1 centavo, ou 0,02%, para US$ 63,37 o barril às 12h07 CDT (18h07 GMT). O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA subiu 18 centavos, ou 0,3%, para US$ 59,61.

Ambos os índices de referência devem registrar quedas semanais de cerca de 2%, à medida que os principais produtores globais aumentam a produção.

“O fato de estarmos suspendendo os voos está reduzindo bastante a demanda por diesel”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.

A Administração Federal de Aviação dos EUA ordenou que as companhias aéreas cancelassem milhares de voos devido à escassez de controladores de tráfego aéreo.

A queda na demanda por combustível de aviação ocorreu porque "o mercado continua a ponderar um excedente crescente de petróleo em meio a um cenário macroeconômico misto", disse Ole Hvalbye, analista da SEB.

Um aumento inesperado de 5,2 milhões de barris nos estoques dos EUA reacendeu os temores de excesso de oferta esta semana, disse o analista da IG Markets, Tony Sycamore.

Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram mais do que o esperado devido ao aumento das importações e à redução da atividade de refino, enquanto os estoques de gasolina e destilados diminuíram, informou a Administração de Informação de Energia (EIA) nesta quarta-feira.

Relatórios privados também apontaram para um enfraquecimento do mercado de trabalho americano. Os relatórios de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA não estão sendo divulgados devido à paralisação do governo.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como OPEP+, decidiram no domingo aumentar ligeiramente a produção em dezembro. No entanto, o grupo também suspendeu novos aumentos para o primeiro trimestre do próximo ano, receoso de um excesso de oferta.

O mercado bem abastecido levou a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, a anunciar uma forte redução nos preços do seu petróleo bruto para compradores asiáticos em dezembro.

Enquanto isso, as sanções europeias e americanas contra a Rússia e o Irã estão interrompendo o fornecimento para os maiores importadores mundiais, China e Índia, oferecendo algum suporte aos mercados globais.

As importações de petróleo bruto da China em outubro aumentaram 2,3% em relação a setembro e 8,2% em comparação com o ano anterior, atingindo 48,36 milhões de toneladas, segundo dados alfandegários, em um contexto de altas taxas de utilização nas refinarias do maior importador de petróleo do mundo.

“A China continuou importando quantidades elevadas de petróleo bruto em outubro”, disse o analista da UBS, Giovanni Staunovo. “Essa medida mantém esses barris longe da OCDE, onde os estoques permanecem baixos.”

A empresa suíça de comércio de commodities Gunvor afirmou na quinta-feira que retirou sua proposta de compra dos ativos estrangeiros da empresa russa de energia Lukoil (LKOH.MM) depois que o Departamento do Tesouro dos EUA a classificou como "fantoche" da Rússia e sinalizou que Washington se opunha ao negócio.

“O cancelamento da compra dos ativos da Lukoil pela Gunvor sugere que os EUA estão mantendo sua campanha de pressão máxima contra a Rússia e a possibilidade de uma aplicação rigorosa das sanções contra a Rosneft e a Lukoil”, disse Vandana Hari, da Vanda Insights, provedora de análises do mercado de petróleo.

Reportagem de Robert Harvey e Stephanie Kelly em Londres, Mohi Narayan em Nova Déli e Florence Tan em Singapura. Edição de David Goodman e David Gregorio.

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