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A colombiana Mariana Pérez quer limpar o ar do mundo com um purificador de emissões.

A colombiana Mariana Pérez quer limpar o ar do mundo com um purificador de emissões.

Salvador Martínez Mas

Berlim, 19 de junho (EFE). - A colombiana Mariana Pérez está criando purificadores de ar adaptados para fábricas que podem, em última análise, ajudar a purificar o ar em todo o mundo. A iniciativa foi selecionada entre os dez finalistas do Prêmio Jovens Inventores do Instituto Europeu de Patentes (EPO).

Pérez, chefe da empresa Ecol-Air, por meio da qual comercializa sua invenção, participou online na quarta-feira à noite da cerimônia de premiação realizada em Reykjavik, capital da Islândia. Ele não pôde levar para casa nenhum dos prêmios especiais, embora tenha recebido o selo "Criadores do Amanhã", usado pelos jovens inventores reunidos ali.

Aos 27 anos, Pérez, nascida em Itagüí, mas criada em Envigado, transformou em realidade o que parecia uma ideia inocente que teve quando criança.

Como ela mesma contou em entrevista à EFE, um dia de sua infância, ao ver como o carro recém-lavado de seu pai estava sujo por causa da chuva, Pérez disse a si mesma que queria limpar o ar que, ao entrar em contato com as gotas de água que precipitavam, manchava o teto daquele veículo familiar.

De um jarro a um sistema industrial

"A ideia principal é básica. Começou com um protótipo que era uma lata de tinta simples com uma perfuração que simulava chuva, e evoluiu a partir daí", disse Pérez, que destacou que toda a sua formação acadêmica, do ensino fundamental à universidade, foi voltada para a produção de um sistema que, como ela dizia quando criança, fosse capaz de "limpar o ar umedecendo-o".

Hoje, seu projeto não tem mais a forma de um jarro, mas sim de uma complexa instalação industrial capaz de tratar emissões de qualquer fábrica do mundo.

"Todos os projetos são totalmente personalizados de acordo com as necessidades do cliente, dependendo da quantidade de gases a serem tratados, do volume ou vazão de ar a ser tratado", explicou ele, antes de destacar que, por enquanto, seus sistemas são capazes tanto de remover dióxido de carbono do ar quanto de capturar dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre.

Ela afirmou que, potencialmente, o uso dos sistemas Ecol-Air não conhece fronteiras porque "o ar que é respirado hoje onde estou volta e é respirado na China em dez dias e depois na Colômbia em vinte dias".

Uma arma contra a poluição do ar

"Precisamos entender que o ar é um bem intangível necessário. As pessoas estão apenas começando a cuidar dele. Por isso, acredito que este produto é necessário em todo o mundo", acrescentou Pérez, ciente de que, na Colômbia, 99,3% da população respira ar poluído, muito aquém dos valores reconhecidos como saudáveis ​​pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os sistemas de sua empresa já estão operando em duas fábricas e uma estação de tratamento de ar na região colombiana de Antioquia.

"O que fazemos são sistemas totalmente personalizados: implementamos nossas máquinas e nossa tecnologia para reduzir as emissões de gases", explicou Pérez, que está em processo de expansão de seus negócios para os Estados Unidos.

Reciclar poluentes atmosféricos

As máquinas de Pérez, além de purificar, permitem reciclar resíduos que ficaram em suspensão no ar ou nas emissões da fábrica e que ficam presos no sistema de filtragem projetado pela Ecol-Air.

Com esse lixo, "podemos fazer muitas coisas" porque "podemos fazer fertilizantes, podemos fazer têxteis e podemos fazer plástico", explicou Pérez.

"Agora, nos concentramos muito em materiais poliméricos biodegradáveis, que são mais plásticos, porque os usamos como matéria-prima para construir tijolos, telhas, fachadas de plástico e até mesmo algumas coisas, como cadeiras ou mesas, que podem ser construídas com esse material", acrescentou.

Às vezes, empresas que utilizam a invenção de Pérez guardam esses resíduos para reutilizá-los em seus processos. Em outros casos, a Ecol-Air se articula com outras empresas capazes de reciclar esses materiais excedentes.

Reciclar a sujeira do ar poluído e purificá-la: a ideia de Mariana Pérez, que ela mesma tornou realidade. EFE

efeverde

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