Life Terra planta mais de 1,5 milhões de árvores para reconectar a Europa com a natureza

Ana Tuñas Matilla O projeto Life Terra, financiado pela UE, plantou mais de 1,5 milhão de árvores em 35 países europeus, liderado pela Espanha, para restaurar a conexão entre as pessoas e a natureza e ajudar a atingir a ambiciosa meta da União Europeia de plantar 3 bilhões de árvores entre 2020 e 2030.
Além disso, a plataforma de marcação e geolocalização desenvolvida pela Life Terra registrou mais de 40 milhões de árvores plantadas por diversas organizações que trabalham juntas em suas campanhas ambientais.
"O que a Life Terra pretende fazer, por meio do plantio de árvores e da ação climática, é restabelecer a conexão que acreditamos ter sido perdida ao longo do tempo entre os seres humanos e o meio ambiente em que vivem", explicou o gerente de projetos da Life Terra, Marcos López Ercilla, à EFEverde.
Alcançar essa reconexão exige o envolvimento do público em geral e das crianças em particular. Assim, em cinco anos, organizaram cerca de 2.100 projetos de plantio, com a participação de mais de 120.500 pessoas, e desenvolveram atividades educativas envolvendo mais de 385.000 alunos .

"O país onde mais árvores foram plantadas é a Espanha, com aproximadamente 400.000 árvores, e o município onde mais plantamos é Las Rozas, em Madri", destacou López Ercilla, que enfatizou que a Life Terra promove "plantar a árvore certa, no lugar certo e na hora certa".
Por isso, além do reflorestamento tradicional, realizam agroflorestas, agricultura sintrópica e agricultura regenerativa, buscando a melhor solução baseada na natureza para cada caso.
Para aumentar a taxa de sobrevivência da plantação, eles sempre trabalham com diversas espécies nativas e adaptadas, pois quanto mais espécies, mais resiliência e resistência elas terão a eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, ou pragas, segundo o especialista.
Plantar árvores, arbustos e ervas é importante para capturar CO2, mas também para aumentar a biodiversidade e a resiliência ambiental, melhorar as condições do solo e a infiltração de água e reduzir a erosão — todos eles "serviços ecossistêmicos" fundamentais para a sociedade, a economia e o meio ambiente, argumentou ele.
Além de plantar em áreas naturais para construir resiliência do ecossistema, devemos plantar em cidades e áreas periurbanas porque, ele alertou, essas são as áreas mais poluídas, onde vive a maior parte da população, e os espaços verdes ajudam a melhorar os problemas de saúde porque limpam o ar e reduzem o ruído.
Não há futuro para as cidades sem naturezaEntre os municípios mais ativos, destaca-se Las Rozas (Madri), que plantou cerca de 14.000 árvores com o Life Terra, o que, somado a outras iniciativas, permitiu atingir o objetivo de ser neutros em carbono este ano, cinco anos antes do previsto, explicou o prefeito da cidade, José de la Uz (PP) .

Eles também reduziram sua pegada de carbono em 68% desde 2018, graças, sem dúvida, às políticas de "zonas verdes", tanto em áreas naturais quanto dentro da própria cidade, que também possui zonas de baixa emissão (ZLEs) onde, segundo eles, não há poluição.
O prefeito incentivou todos os prefeitos espanhóis a realizarem reflorestamento ou plantio em seus municípios, pois isso melhora o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida dos cidadãos. Ele também enfatizou a importância do equilíbrio entre natureza e tecnologia.
Nesse sentido, ele explicou que Las Rozas tem um plano de saúde mental que promove a convivência com a natureza, porque estar em contato com ela "nos ajuda a nos sentir bem" e alertou que as cidades que não se comprometem a introduzir ou promover a natureza em suas comunidades "têm um futuro muito sombrio".
"Não há futuro para as cidades sem vegetação. Menos cimento, menos concreto e mais vegetação, ou torná-la mais harmoniosa", afirmou o prefeito. EFEverde Caixa eletrônico
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