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Lula pede colaboração mundial para recompensar países que mantêm suas florestas.

Lula pede colaboração mundial para recompensar países que mantêm suas florestas.

Nações Unidas, 23 de setembro (EFE) - O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira a cooperação mundial para recompensar os países que mantêm suas florestas em pé, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU.

Lula afirmou que o fim do desmatamento na floresta amazônica depende da criação de condições econômicas dignas para a população da região, que abriga 50 milhões de pessoas espalhadas por nove países.

"O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na região nos últimos dois anos. Erradicá-lo exige garantir condições de vida dignas para seus milhões de habitantes", disse Lula em seu discurso na ONU, no qual argumentou que a corrida por minerais essenciais para a transmissão de energia "não pode reproduzir a lógica predatória que caracterizou os últimos séculos".

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU. EFE/EPA/SARAH YENESEL
Propostas para a COP

O presidente se referiu especificamente ao Rainforest Forever Fund (TFFF), um novo mecanismo econômico criado pelo Brasil que será lançado oficialmente na próxima cúpula do clima da ONU, a COP30, e que visa arrecadar fundos para cobrir a conservação das florestas tropicais.

Nesta terça-feira, Lula deve presidir uma reunião paralela à Assembleia Geral, onde apresentará o TFFF como prelúdio à COP30, que será realizada em novembro na cidade brasileira de Belém, no Amazonas.

Além do fundo para florestas tropicais, o Brasil proporá na COP30 uma cesta de instrumentos econômicos que incluirá pagamentos por serviços ambientais vinculados aos manguezais e ao chamado "carbono azul", associado aos ecossistemas marinhos.

Ambientalistas criticam a "crise de liderança climática" da União Europeia devido à falta de compromissos.

Sobre as negociações sobre mudanças climáticas, Lula afirmou que "chegou a hora de passar da fase de negociação para a fase de implementação", mas afirmou que bombas e armas nucleares "não nos protegerão da crise climática".

Por isso, ele defendeu a criação de um conselho vinculado à Assembleia Geral da ONU que teria "força e legitimidade" para monitorar o cumprimento das metas de redução de emissões.

Nesse ponto, ele colocou a responsabilidade primária nos países ricos, que "desfrutam de um padrão de vida conquistado à custa de 200 anos de emissões": "Exigir maior ambição e maior acesso a cursos e tecnologias não é uma questão de caridade, é simplesmente uma questão de justiça".

A COP "da verdade"

Segundo Lula, a COP30 em Belém será "a COP da verdade" e o momento "em que os líderes mundiais demonstrarão a seriedade de seu compromisso com o planeta".

Ele também enfatizou a necessidade de contribuições nacionalmente determinadas, conhecidas como NDCs, já que sem elas o mundo caminhará "de olhos vendados para um verdadeiro abismo".

Neste caso, o presidente brasileiro lembrou que seu país se comprometeu a reduzir suas emissões entre 59% e 67%, incluindo todos os gases de efeito estufa em todos os setores da economia.

A COP30 tem como objetivo servir como um fórum de discussão sobre o aumento da ajuda aos países em desenvolvimento que se comprometem a preservar suas florestas, como uma contribuição para o combate às mudanças climáticas globais.

Este financiamento, fornecido pelos países mais ricos, foi fixado em US$ 300 bilhões anuais na COP29, realizada no ano passado em Baku, mas grande parte da comunidade internacional aspira a aumentar esse valor. EFE

efeverde

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