ONU: O sucesso dos sistemas de alerta precoce é medido pelas vidas protegidas.

Genebra, 20 de outubro (EFE) - O sucesso dos sistemas de alerta precoce pode ser medido por números, mas acima de tudo pelo número de vidas protegidas, pela confiança que geram nas comunidades e pelo poder que têm para agir "antes que um desastre aconteça", disse o chefe da Organização Meteorológica Mundial (OMM) na segunda-feira.
A argentina Celeste Saulo, Secretária-Geral da agência científica das Nações Unidas, ofereceu esta reflexão na abertura do Congresso Extraordinário da OMM, focado nos alertas precoces e nos esforços ainda necessários para torná-los eficazes em todos os países.
Esses esforços estão articulados na iniciativa "Alerta Precoce para Todos", lançada pela ONU em 2022 e que está na metade de sua implementação este ano, com data de conclusão prevista para 2027.
O resultado mais importante alcançado até agora é que o número de países com sistemas avançados de alerta precoce de múltiplos riscos mais que dobrou, chegando a 119 este ano.
"Mas o sucesso não é medido apenas em números, mas também em vidas protegidas, confiança construída e comunidades capacitadas para agir antes que um desastre aconteça", lembrou Saulo.
Ele propôs que, para atingir esse objetivo, "os alertas precoces devem atingir mais longe, as salas de aula, as economias, as políticas públicas, para que sirvam como um guia para a antecipação, não apenas para a reação".
Com este Congresso Extraordinário, a OMM também marca o 75º aniversário de sua fundação, período em que seus objetivos evoluíram da previsão para sistemas projetados em torno das pessoas e sua capacidade de agir.
"Quando nossos antecessores fundaram a Organização Meteorológica Internacional em 1873, eles o fizeram em um mundo sem satélites ou supercomputadores, mas já entendiam que nenhum país poderia enfrentar os desafios do clima, da água ou do clima sozinho", lembrou ele.
Ele argumentou que o resultado dessa convicção levou à troca livre e aberta de dados meteorológicos, um princípio que sustenta todas as previsões hoje e é considerado uma das maiores conquistas da cooperação internacional.
Além de proteger vidas, a rede de cooperação internacional gerenciada pela OMM também promove a produtividade e a segurança alimentar.
Dados compilados em um relatório sobre alertas precoces publicado hoje pela OMM na abertura de seu Congresso Extraordinário indicam que em países com capacidade limitada de alerta precoce, a taxa de mortalidade associada a desastres naturais é seis vezes maior e o número de pessoas afetadas quadruplica.
Espera-se também que essas reflexões cheguem aos líderes políticos que se reunirão no mês que vem na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), no Brasil.
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