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Lot-et-Garonne: liderando a luta pelo retorno do acetamipride, a indústria da avelã descobre o outro lado da moeda

Lot-et-Garonne: liderando a luta pelo retorno do acetamipride, a indústria da avelã descobre o outro lado da moeda

Apresentada como uma vitória, a reautorização do neonicotinoide não é unânime no setor, nem na Unicoque. A cooperativa realizou uma assembleia geral mais animada do que o habitual.

A lei que visa "suspender as restrições à prática agrícola" foi aprovada pela Assembleia Nacional na terça-feira, 8 de julho. A menos que o Conselho Constitucional, que foi tomado pelo Partido Socialista, decida o contrário, o uso de acetamiprida, um pesticida da família dos neonicotinoides, proibido na França desde 2020, será novamente autorizado por um período de três anos.

A indústria de avelãs, na vanguarda do lobby pela aprovação da lei Duplomb, respirou aliviada. Oficialmente, pelo menos. Essa batalha árdua não é unânime entre os produtores. "Não sabemos como os consumidores vão reagir", observou um deles. Um produtor independente do norte do departamento chegou a postar uma mensagem em suas redes sociais, garantindo aos seus clientes que não usaria a molécula. "Sem ela, eles estão em dificuldades técnicas. Com ela, estão em dificuldades comerciais", resume um observador informado. Como os consumidores, inundados com mensagens alarmistas, reagirão?

"Tínhamos uma ótima imagem. Hoje, para o consumidor, avelãs são sinônimo de pesticidas."
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A Lei Duplomb deverá ser adotada definitivamente na terça-feira, 8 de julho, com votação final na Assembleia Nacional. Esta lei, "que visa remover restrições à agricultura", tem sido criticada por muitos especialistas por reintroduzir o acetamiprido, um inseticida neonicotinoide proibido na França desde 2018.

Maçãs, tomates... Muitos outros setores também se preocuparam, mas não disseram nada. Mantiveram-se discretos. Estávamos na linha de frente. Somos os menores! Qual era o nosso propósito em lutar na linha de frente? Tínhamos uma ótima imagem. Hoje, para o consumidor, avelãs são sinônimo de pesticidas. Vozes anônimas estão se levantando para expressar novos medos em um contexto já muito tenso. Geadas e pragas, como o gorgulho e o percevejo-marrom-marmorizado — que o acetamiprido ataca com eficácia — estão reduzindo a produção recente. A área do pomar da Unicoque segue a mesma tendência. De 7.900 hectares em 2023, caiu para 6.700 hectares em 2025. Alguns explicam isso pelo número crescente de produtores que abandonam a cooperativa. Criada em 2024, a Associação dos Produtores de Avelãs da França (APINF) reúne quase uma centena de produtores.

Voto secreto

O presidente da Unicoque, Thierry Descazeaux, assume total responsabilidade: "Ele é o primeiro que atiramos. Sempre tem que haver um na linha de frente. Sabíamos que seria divisivo, mas era isso ou então estávamos perdidos. Um grande país como a França tem direito à sua soberania alimentar." O homem permanece destemido. Na última assembleia geral, porém, ocorreu um acontecimento inédito com o pedido de votação secreta para renovar os mandatos dos diretores, entre os quais ele estava.

"Ele é o primeiro em quem atiramos. Sempre precisamos de um na linha de frente. Sabíamos que seria divisivo, mas era isso ou desaparecíamos."

Acostumada a votações por braço no ar e unanimidade, a reunião foi menos consensual do que o habitual. Mesmo que ninguém imagine prescindir da cooperativa, "a única estratégia economicamente viável para o futuro do setor", foram debatidas direções estratégicas. A criação da vespa parasitoide, por exemplo. Uma solução ecológica, porém cara, com efeitos aparentemente limitados, e cujo desenvolvimento corre o risco de ser significativamente prejudicado pela retomada da popularidade do acetamiprido, mais simples de usar e muito mais barato... "A inauguração de uma nova plataforma de processamento para 'produtos de nicho de alto valor agregado' para a Koki era uma prioridade neste momento?", perguntam também alguns "rebeldes".

Menos cooperadores

Em vez de uma revolta, Thierry Descazeaux prefere falar sobre a ilustração de uma democracia vibrante dentro da cooperativa: "O voto secreto foi aceito. O terço renovável foi reeleito com 84%. Houve uma hora e meia de perguntas. Sabíamos, os produtores estão preocupados, os cofres estão no vermelho. A cooperativa é responsável pelo vírus? Nós lutamos!" Para ele, atirar na cooperativa equivale a mirar nas pessoas erradas: "Não é um problema de mercado, ao contrário da vinha, onde arrancamos, mas um problema de produção."

E voltará a crescer, garante, minimizando as saídas da cooperativa: "São principalmente produtores em fim de carreira, em processo de requalificação. Isso representa 1.000 hectares em dez anos. Agora, 3.000 novos hectares entrarão em produção. Ser cooperado significa marchar no ritmo dos outros. De cada crise nasce um novo futuro. Vamos nos recuperar."

Internamente, alguns temem que a lei Duplomb seja "uma solução falsa. Ela minará a obrigação de reflexão profunda no setor". Sobre esse ponto, o atual diretor Jean-Luc Reigne e seu antecessor Christian Pezzini expressaram seus pontos de vista divergentes por e-mail. O clima é animado.

SudOuest

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