A crise climática exige liderança política. Por Mauricio Fabry, Chefe da Divisão de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Governo de Santiago

Por: Mauricio Fabry, Chefe da Divisão de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Governo de Santiago
Não há espaço para negar a crise climática atual. Não apenas porque as evidências científicas são contundentes, mas porque seus efeitos já são sentidos intensamente na vida cotidiana. Na Região Metropolitana, estamos vivenciando as consequências: escassez de água, ondas de calor extremas e incêndios florestais. Esses não são fenômenos isolados ou futuros: eles estão aqui, agora, afetando as pessoas, a economia e nossos ecossistemas.
Diante desse cenário, continuar a enxergar a gestão pública apenas pela ótica do crescimento econômico é irresponsável. Ignora a dor real de milhões de chilenos. A crise climática não é uma agenda paralela às questões sociais ou de segurança: é uma parte estrutural do contexto em que vivemos.
A ação climática no centro das políticasPor isso, o governo de Santiago tomou uma decisão estratégica: colocar a ação climática e a crise hídrica no centro de nossa política pública.
Não se trata apenas de diagnósticos, mas de ação. Hoje, investimos mais de US$ 20 milhões por ano em iniciativas ambientais, o dobro do valor investido pelo Ministério do Meio Ambiente em todo o Chile.
Isso inclui Parques Metropolitanos como Cerros de Chena e Renca, programas de reflorestamento em massa, soluções hídricas em bacias hidrográficas por meio do Maipo Resiliente e a criação da primeira Autoridade de Bacia Hidrográfica do país no Rio Maipo: uma nova governança territorial e intersetorial que estabelece um precedente.
A cidadania como protagonista da mudançaMas o aspecto mais transformador tem sido a abertura de espaço para as comunidades. O programa Organizações Cidadãs Ambientais (Ecobarrios Santiago) capacita centenas de pessoas a liderar mudanças sustentáveis em seus próprios bairros.
É um modelo de desenvolvimento diferente: de baixo para cima, com participação, investimento e transferência de capacidade. É uma política pública com significado, impacto e visão de futuro.
As eleições presidenciais estão se aproximando e é hora de abrir o debate: que lugar a crise climática ocupa entre as prioridades dos aspirantes a governar o Chile?
Mais do que segurança: um futuro habitávelSlogans e planos verdes no papel não bastam. Precisamos de líderes que entendam que enfrentar a crise ambiental também significa enfrentar a crise social.
Não podemos reduzir nosso bem-estar ao combate ao crime, porque sem água, sem natureza e sem um ambiente habitável, não há futuro possível.

Green Opinion Makers #CDO é um blog coletivo coordenado por Arturo Larena , diretor da EFEverde
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