Pedra fundamental marca início das obras do porto seco do Ceará

Autoridades participaram do lançamento da pedra fundamental da obra do terminal, que deve entrar em operação em agosto de 2026
O lançamento da pedra fundamental marcou, nesta segunda-feira (7), o início das obras do primeiro porto seco do Ceará. O empreendimento, da multinacional brasileira Value Global Group, será instalado na zona rural de Quixeramobim, no Sertão Central, e terá cerca de 360 hectares de área na primeira fase.
O Terminal Multimodal e Multipropósito de Cargas José Dias de Macêdo deve entrar em operação em agosto de 2026, com previsão de investimentos de R$ 350 milhões apenas na primeira etapa. Já a segunda fase, com conclusão estimada para dezembro de 2027, prevê o processo de alfandegamento junto à Receita Federal, permitindo que o local funcione como Estação Aduaneira do Interior (EADI), popularmente chamada de porto seco. De acordo com a empresa, o investimento total aplicado pode chegar a R$ 1 bilhão.
A cerimônia de lançamento ocorreu na fazenda Serrote dos Bois, no distrito de Lacerda, e contou com a presença do governador Elmano de Freitas (PT), além de autoridades municipais, estaduais e federais.
“Olha, não tenho nenhuma dúvida que nós estamos aqui dando início a uma grande transformação de oportunidades, de chances de emprego, de crescimento, de trabalho para o povo do sertão central do Ceará. É todo um ecossistema que nós estamos instituindo no estado do Ceará”, afirmou o governador.

Pedra fundamental do terminal foi lançada nesta segunda-feira (7/7). (Foto: Divulgação)
O prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, também esteve no evento e afirmou que hoje foi um dos dias mais importantes da história do sertão central do Ceará. “Eu fiz questão de chamar todos os prefeitos da região para que eles pudessem participar deste momento importante de transformação para a economia da nossa região. A partir do Porto Seco, muito do que é produzido no nordeste brasileiro vai para outras partes do mundo através da Transnordestina”.
Segundo a Value, a primeira fase já envolve a contratação de três construtoras, duas assessorias ambientais, uma fornecedora de combustível, uma empresa de telecomunicações, três empresas de segurança, uma empresa de tecnologia, transportadoras e um serviço de alimentação coletiva. Cerca de 1.300 pessoas devem trabalhar direta ou indiretamente nessa etapa.
O CEO da empresa, Ricardo Azevedo, ressaltou o tempo de maturação do projeto. “Passa um filme na cabeça, foram 15 anos de planejamento até chegarmos ao dia de hoje. Por isso, preciso fazer um agradecimento especial pela parceria com o governo do estado. Agora vamos trabalhar para atrair ainda mais empreendedores para o nosso terminal”.
O terminal será conectado à ferrovia Transnordestina, cuja chegada ao município está prevista para julho de 2026. A estimativa é que este seja o primeiro complexo logístico multimodal do Estado a operar integrado à ferrovia, que cruza os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.
O empreendimento já atraiu empresas interessadas. Estão assinados memorandos de entendimento com duas tradings agrícolas, sete fábricas de ração animal, três mineradoras de calcário, uma mineradora de lítio, duas empresas de e-commerce e três fabricantes de calçados. Também foram firmados pré-contratos com a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), Vibra Energia, Grupo Avelino, Engenharia Industrial, Comerc Energia e a J. Macêdo.
Homenagem
O nome do terminal homenageia o empresário cearense José Dias de Macêdo, fundador da J. Macêdo, falecido em 2018. Ele foi responsável por empreendimentos pioneiros no Ceará, como o primeiro moinho de trigo (1955), o primeiro frigorífico industrial (1959) e a primeira fábrica de pneus do Nordeste (1976).
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