Dinamarca finalizará acordo sobre meta climática para 2040 em meados de setembro
A Dinamarca tentará chegar a um acordo entre os estados-membros da UE sobre a meta climática de 2040 em uma reunião extraordinária em Bruxelas, em 18 de setembro.
O anúncio foi feito pelo Ministro dinamarquês do Clima, Energia e Serviços Públicos, Lars Aagaard, durante uma coletiva de imprensa em Copenhague na quarta-feira, que se concentrou nas prioridades da presidência dinamarquesa da UE.
“O objetivo é ter um acordo até 18 de setembro. Espero que todos os Estados-membros sejam claros em suas declarações, mas também pragmáticos”, diz Lars Aagaard.
A Presidência dinamarquesa da UE estabeleceu, portanto, um prazo apertado. Agosto é tradicionalmente um mês de férias de verão no sistema da UE.
No entanto, os primeiros passos já serão dados em uma reunião ministerial informal em Aalborg na próxima semana, diz Aagaard.
Ele também baseia seu otimismo no fato de que a Comissão Europeia levou em conta as preocupações dos Estados-membros em sua proposta para uma meta de 2040 de redução de 90% nos gases de efeito estufa em comparação a 1990.
Para que os países adiram à meta, a Comissão propõe permitir créditos climáticos de até 3% a partir de 2036. A flexibilidade em termos de quais setores devem contribuir também ajudará os países da UE a atingir as metas ambiciosas.
"A Europa deve ser a região mais ambiciosa em termos de clima, mas não podemos perder a nossa competitividade. A proposta da Comissão Europeia também inclui proteção para a indústria, por isso acredito que um acordo é possível", afirma Aagaard.
Metas climáticas interligadasNo entanto, a presidência dinamarquesa da UE está sob considerável pressão. Em setembro, a UE também deve apresentar uma meta climática para 2035 à ONU.
Segundo Lars Aagaard, isso deve se basear na meta de 2040, que deve ser adotada em 18 de setembro.
Em outras palavras, se nenhum acordo for alcançado sobre a meta de 2040, a Dinamarca e a UE poderão enfrentar grandes problemas para definir uma meta climática para 2035.
Isso seria considerado um desastre para a credibilidade da UE em questões climáticas.
A meta ajudará a pressionar países como China e EUA a fazerem mais pelo clima na COP30 ainda este ano.
A Dinamarca também pode enfrentar desafios nas regras sobre como a UE deve votar nas duas metas climáticas.
A meta climática para 2040 deve ser adotada por maioria qualificada. Isso torna possível alcançá-la mesmo que alguns países da UE digam não.
No entanto, se a meta de 2040 for rejeitada na reunião de 18 de setembro, será difícil cumprir o prazo de setembro para a meta de 2035, que deve ser reportada à ONU.
Meta de 2035 exige unanimidadeAs regras para a votação da meta de 2035 também podem causar problemas para a presidência dinamarquesa da UE. Isso porque a unanimidade entre os 27 países da UE é necessária para a adoção da meta de 2035.
Assim, se alguns países sentirem que foram atropelados, por exemplo, se a Dinamarca garantir um acordo de maioria qualificada sobre a meta de 2040, eles podem "vingar-se" recusando-se a votar na meta de 2035.
Mas Lars Aagaard está preparado para pressionar fortemente os países que bloquearem a meta da ONU:
“Se alguns países quiserem bloquear uma meta ambiciosa, devem se apresentar e se explicar. Seria trágico para a Europa se não conseguirmos nos manter unidos e enfrentar o resto do mundo. É uma enorme responsabilidade assumir se alguns países optarem por fazê-lo”, afirma Lars Aagaard.
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