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Moratória sobre turbinas eólicas gera críticas na França

Moratória sobre turbinas eólicas gera críticas na França
As usinas nucleares estão voltando à moda - , APA/KEYSTONE

A surpreendente adoção de uma proibição temporária de construção de novas usinas eólicas e solares, com o apoio de populistas de direita e de direita, gerou duras críticas na França. "Estamos cometendo suicídio coletivo", disse a deputada do Partido Verde Sandrine Rousseau à emissora RMC na sexta-feira. "Os cientistas continuam nos alertando, e estamos indo exatamente na direção oposta."

Na quinta-feira, os parlamentares aprovaram uma emenda impondo uma moratória à expansão das energias renováveis ​​"até que um estudo objetivo e independente determine a melhor matriz energética para a França". Os céticos em relação às mudanças climáticas triunfaram na Assembleia Nacional Francesa, disse Rousseau, em meio à primeira onda de calor deste verão.

Vários deputados ausentes na votação

A moção foi apresentada por um membro do Partido Republicano conservador e apoiada pelo partido populista de direita Rassemblement National (RN). No momento da votação, apenas alguns membros do governo e da oposição de esquerda estavam presentes.

O RN comemorou isso como uma vitória. "Este é um elemento central da plataforma de Marine Le Pen", disse o deputado Jean-Philippe Tanguy, referindo-se à líder do grupo parlamentar e declarando-a candidata presidencial de seu partido. Durante o debate sobre a lei de energia, os representantes do RN denunciaram repetidamente as energias renováveis ​​como incontroláveis ​​e muito caras.

Ministro da Indústria horrorizado

O Ministro da Indústria, Marc Ferracci, descreveu a moratória como "desastrosa" e "irresponsável". Ele ressaltou que apenas uma emenda foi aprovada, mas a lei em si ainda está sendo debatida. A votação do projeto na Assembleia Nacional está marcada para terça-feira.

"É inconcebível que o governo, que fez da luta contra as mudanças climáticas a sua missão, permita a aprovação deste texto", disse Bastien Cuq, da organização ambientalista Réseau Action Climat, ao jornal Le Monde. "Isso significaria que o governo estaria se jogando completamente nos braços dos populistas de direita."

Fortes críticas também de representantes da indústria eólica e solar

Representantes da indústria eólica e solar também expressaram duras críticas. "Com esta moratória, a Assembleia Nacional aprovou um dos maiores cortes de empregos de todos os tempos", enfatizou a associação France Renouvelables. A associação apontou que cerca de 80.000 empregos no setor estão ameaçados como resultado.

Os populistas de direita já haviam aprovado o projeto de lei. Ele agora contém uma cláusula que prevê a "expansão máxima" da energia nuclear por meio da construção de 14 novas usinas nucleares até 2030.

Críticos apontam que a estatal nuclear EDF nem sequer apresentou uma estimativa de custo para o primeiro dos reatores ainda a ser construído. O governo recentemente presumiu que eles não poderiam entrar em operação antes de 2028, no mínimo.

Retorno das usinas nucleares

Uma emenda proposta pela RN propõe até mesmo a reativação da usina nuclear de Fessenheim, na fronteira com a Alemanha, que está desativada desde 2020. No entanto, o regulador nuclear considera isso irrealista. "Reativar Fessenheim é impensável", disse Pierre Bois, vice-presidente do regulador nuclear. Os reatores não atendem mais aos padrões de segurança e o descomissionamento avançou demais.

O governo planeja formalizar sua política energética para o período de 2025 a 2035 por decreto neste verão. A lei atualmente em debate pretendia originalmente servir de base para isso, mas a previsão é de que seja aprovada posteriormente. Oficialmente, a meta da França é atingir a neutralidade climática até 2050.

Problemas com repositório de resíduos nucleares

O presidente Emmanuel Macron proclamou um "renascimento nuclear" na França em 2022 e anunciou a construção de seis novos reatores nucleares de última geração. Eles serão construídos em pares perto das usinas nucleares existentes em Penly e Gravelines, no Canal da Mancha, e em Bugey, no leste da França.

A EDF deverá apresentar uma estimativa de custos e um cronograma vinculativos até o final do ano. Macron aposta na energia nuclear porque ela proporciona ao país uma pegada de carbono favorável. No entanto, o antigo parque de usinas elétricas apresenta muitos problemas, e a construção do repositório final planejado para resíduos nucleares em Bure ainda não foi aprovada.

APA/AFP

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