A OMM alerta que as mudanças climáticas estão avançando duas vezes mais rápido na Ásia do que globalmente.

Genebra, 23 de junho (EFE).- O aquecimento global está avançando na Ásia duas vezes mais rápido que a média global, causando um grande impacto nas economias, ecossistemas e sociedades do maior e mais populoso continente, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta segunda-feira.
Em seu relatório sobre o estado do clima do continente, a agência meteorológica da ONU confirmou que 2024 foi o primeiro ou o segundo ano mais quente já registrado na Ásia (a ordem varia de acordo com diferentes medições) e foi marcado por ondas de calor prolongadas em diferentes latitudes.
A temperatura média do ano foi 1,04 graus Celsius maior que a média do período de 1991 a 2020, e países como China, Japão e Coreia do Sul registraram alguns dos meses mais quentes já registrados.
Por exemplo, a China teve os meses de abril, maio, agosto, setembro e novembro mais quentes já registrados.
Birmânia (Mianmar) registrou uma temperatura de 48,2 graus Celsius (112,8 graus Fahrenheit) no final de abril, a mais alta já registrada no país, e ela e outros territórios do Sudeste Asiático vivenciaram ondas de calor, que também afetaram a Ásia Central e o Oriente Médio, segundo o relatório.
Cerca de 23 das 24 geleiras estudadas pela OMM apresentaram perda de massa em 2023-2024, causada pela menor queda de neve no inverno e pelo calor extremo do verão em regiões como o Himalaia e as Montanhas Tian Shan.
O ano passado foi mais uma vez marcado por desastres naturais no continente, que, segundo especialistas, estão aumentando em frequência e intensidade com o aquecimento global.
O Sudeste Asiático e a China foram atingidos por ciclones tropicais como o Furacão Yagi; a Ásia Central sofreu as piores inundações em 70 anos, forçando a evacuação de 118.000 pessoas; e, na China, a seca afetou 4,8 milhões de pessoas e causou perdas de US$ 400 milhões, entre outros desastres. EFE
abc/anúncios
Fotografia: Um homem rema seu barco no Lago Wular, a 40 quilômetros de Srinagar, capital da Caxemira indiana, em uma fotografia de arquivo. Arquivo EFE/Farooq Khan
efeverde