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Cientista-chefe da ONU sobre desertificação pede interrupção da degradação da terra

Cientista-chefe da ONU sobre desertificação pede interrupção da degradação da terra

Madri, 17 de junho (EFE).- O cientista-chefe da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), Barron Joseph Orr, pediu a aceleração das medidas práticas para lidar com a degradação da terra "o mais rápido possível".

Em entrevista à EFE, Orr, um dos principais especialistas na área de desertificação — degradação da terra em áreas áridas — acredita que o que está sendo feito agora para combater o problema "não é suficiente", mas admite que "alguns passos foram dados na direção certa que devem levar ao sucesso".

"Podemos desacelerar a degradação da terra e transformá-la em uma trajetória positiva, que é nosso objetivo final, mesmo que isso exija abordar objetivos ambientais, econômicos e sociais, usando a terra como base", argumenta ele.

Sua mensagem é esperançosa, embora ele alerte que "inequivocamente, nenhum dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — que visam proteger o planeta e combater a pobreza em busca de um mundo mais justo e sustentável — será alcançado sem uma Terra saudável". Alcançar isso, ele admite, é um "problema complexo e global, com manifestações muito diferentes em nível local".

Em contraste com a falta de conhecimento que prevalecia na década de 1970, quando esse fenômeno começou a ser analisado e soluções buscadas, a ciência agora está disponível. "Há vontade política e quase 1,2 trilhão de hectares de compromissos em todo o mundo, o que nos coloca no caminho para alcançar as metas que precisamos", enfatiza. Também temos o que é conhecido como "Neutralidade da Degradação da Terra (LDN)", "uma abordagem holística que visa alcançar zero perda líquida, combinando conservação, agricultura sustentável e restauração de uma forma muito mais estratégica, país por país", embora "mais ações sejam necessárias no terreno".

Histórias de sucesso

Coautor principal da estrutura científica sobre LDN — na qual a perda de terras produtivas é compensada pela restauração de áreas degradadas — adotada por 197 partes na UNCCD em 2017, Orr enfatiza a urgência de agir "o mais rápido possível, porque à medida que as temperaturas aumentam, a capacidade da terra de reter carbono diminui".

"É um elemento fundamental e fundamental para lidar com as mudanças climáticas e será fundamental para o sucesso a longo prazo nesse contexto. Trata-se do futuro", enfatiza. Portanto, "devemos otimizar o que fazemos e onde fazemos, diminuir o ritmo e interromper a conversão de terras para que possamos nos concentrar mais na restauração para atender às necessidades futuras", enfatiza.

Na luta contra a desertificação, existem algumas "histórias de sucesso" reais em algumas partes do mundo que conseguiram, por exemplo, vincular a restauração de terras a práticas agrícolas sustentáveis. Uma delas é a chamada Grande Muralha Verde do Sahel (sul do Saara), um projeto concebido para deter a desertificação naquela região "e que agora está sendo replicado no sul da África", além de ter sido implementado em países como a China "com grande sucesso".

Impulso financeiro e ênfase na terra na COP30

Questionado sobre os objetivos que serão perseguidos na próxima COP30, que será realizada em novembro em Belém, Brasil, o especialista prevê que "haverá uma forte ênfase em florestas, restauração de terras e proteção de ecossistemas".

Lá, serão intensificadas as negociações sobre financiamento climático e, portanto, "financiamento fundiário com uma meta muito ampla de US$ 1,3 trilhão (...); e incluirá os esforços do Brasil para lançar a iniciativa 'Tropical Forests Forever Facility' (projetada para reduzir o desmatamento com incentivos para países que protegem suas florestas).

"Sei que já foi um grande desafio na última COP, mas gostaria de ver um grande avanço em termos financeiros. Houve progresso no Azerbaijão e gostaria de ver mais progressos nesse sentido, com uma ênfase muito forte na questão da terra", conclui. EFE prc/icn

efeverde

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