O Peru perdeu 4 milhões de hectares de vegetação natural em 40 anos, segundo um estudo.

Lima, 5 de junho (EFE) - O Peru perdeu 4,1 milhões de hectares de vegetação natural nos últimos 40 anos, principalmente na Amazônia, devido a atividades como a mineração, que cresceu 2.325% nesse período, segundo um estudo sobre cobertura e uso do solo da plataforma MapBiomas divulgado quinta-feira em Lima.
A redução da vegetação natural no Peru é estimada em 4% em comparação à sua extensão em 1985, enquanto o uso antropogênico (causado pelo homem) da terra cresceu em 4,6 milhões de hectares, um aumento de 44% em comparação a 1985, de acordo com o relatório "Mapas e dados que falam", que abrange o período de 1985 a 2024.
Andrea Bravo, coordenador técnico do MapBiomas Peru, explica que 79,1% do território peruano ainda é coberto por vegetação natural, como florestas, manguezais, pastagens e cerrados, enquanto 32,5% é coberto por usos antropogênicos, como agricultura, pastagens, plantações florestais, mineração e desenvolvimento urbano.
Como resultado dessas mudanças, a Amazônia perdeu 3 milhões de hectares de vegetação natural, e a Floresta Equatorial Seca teve uma redução de 4,2% na área.
Renzo Piana, diretor executivo do Instituto del Bien Común, comenta que a Amazônia tem sido o bioma mais afetado pela mineração, com um aumento de 157 vezes em sua área. Atualmente, mais de 50% da atividade de mineração do país está concentrada na região sul de Madre de Dios.
Por sua vez, Julia Shimbo, coordenadora científica da Rede MapBiomas, destaca que a atividade agrícola aumentou em 63% dos distritos do país, em comparação com 43% há 40 anos.
As áreas agrícolas se estendem por 14,2 milhões de hectares, representando 11% do território total, com maior aumento no cultivo de dendê (1.062%) e arroz (193%).
A Amazônia é responsável por 35% das plantações de arroz, desbancando o deserto costeiro, que tinha a maioria dessas plantações em 1985, indicou o estudo.
Da mesma forma, a infraestrutura urbana cresceu em 236.353 hectares, com maior impacto no deserto costeiro, próximo aos principais centros urbanos do país, já que as colinas costeiras perderam quase 23.000 hectares devido a essa expansão.
As regiões mais afetadas pela perda de vegetação natural são Loreto, Ucayali, San Martín, Huánuco e Madre de Dios.
Enquanto isso, as florestas foram a vegetação natural mais afetada, com uma perda de 2,5 milhões de hectares, enquanto a floresta equatorial seca teve uma redução proporcional de 9% de sua área original. EFE
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