Nos Estados Unidos, DOGE está brincando com fogo

Equipamento de camuflagem, estojo para rifle, machado, pá e suprimentos de água... No final de abril, enquanto seus três border collies causam estragos em seu apartamento de dois cômodos em Bend, no coração do Oregon, no noroeste americano, Isabella Isaksen reúne seus equipamentos para um fim de semana de diversão ao ar livre, do jeito que ela gosta. Na agenda: acampar e caçar perus selvagens "para fazer salsichas". "Eu cresci na zona rural do Arkansas, e a única carne que podíamos comprar era a que caçávamos", explica a jovem de 31 anos, que durante a semana trabalha como relações públicas para a protegida Floresta Nacional de Ochoco, a 45 minutos de carro de sua casa.

O rascunho de um cachecol de lã sobre uma mesa lateral em sua sala de estar, no entanto, testemunha atividades mais domésticas. "Não tenho talento para tricô, mas também não sou boa em ficar sem fazer nada", sorri a mulher que de repente se viu sem trabalho em meados de fevereiro. Isabella Isaksen é uma dos mais de 4.000 funcionários do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) — e milhares de outros funcionários de agências federais americanas — que foram demitidos ou afastados pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), chefiado por Elon Musk desde meados de fevereiro, cargo que o multimilionário deixou oficialmente em 30 de maio.

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