Os incêndios florestais de 2023 no Canadá reverteram o progresso contra a poluição.

Washington, 28 de agosto (EFE) - Um estudo divulgado na quinta-feira destaca os efeitos dramáticos dos incêndios florestais, observando que os incêndios históricos sofridos pelo Canadá em 2023 eliminaram o progresso feito contra a poluição, causando a pior qualidade do ar no país e nos EUA desde 1998 e 2011, respectivamente.

O estudo da Universidade de Chicago, que desenvolveu o Índice de Qualidade do Ar e Vida (AQLI) e publica seu relatório anual, indica que a poluição global aumentou ligeiramente em 2023 e "continua sendo a maior ameaça externa à saúde humana".

De acordo com seus dados, as concentrações globais de material particulado (MP) eram de PM2,5, 1,5% maior do que em 2022 e "quase cinco vezes maior" do que as quantidades recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O efeito das concentrações de material particulado que excedem os valores da OMS é uma redução de 1,9 anos na vida de uma pessoa, explica o estudo, acrescentando que a poluição em 2023 teve um impacto na saúde semelhante ao do tabagismo "e maior do que outros riscos importantes".

Especificamente, o impacto da poluição do ar na expectativa de vida "é mais de quatro vezes maior que o do consumo de álcool, cinco vezes maior que o dos acidentes de trânsito ou da água, saneamento e higiene inseguros, e mais de seis vezes maior que o do HIV/AIDS".

Embora o relatório não vincule diretamente o aumento global da poluição em 2023 aos incêndios florestais daquele ano no Canadá, o AQLI os aponta como a causa do colapso da qualidade do ar na América do Norte.

"Incêndios florestais recordes no Canadá causaram a pior qualidade do ar já registrada no país (1998) e elevaram os níveis de poluição nos Estados Unidos ao nível mais alto desde 2011", diz o relatório.

Nos Estados Unidos, os estados mais afetados foram Wisconsin, Illinois, Ohio, Pensilvânia, Oklahoma e Mississippi, que ultrapassaram a Califórnia pela primeira vez desde 2019 como as áreas mais poluídas.

No Canadá, "mais de 50% da população respirou ar acima do padrão nacional", ante menos de 5% nos cinco anos anteriores.

Poluição no mundo

Em contraste, a poluição na Europa caiu 1,2% em 2023, graças às políticas de redução adotadas na região. Desde 1998, a poluição por partículas na Europa diminuiu 31,5%, aumentando em 5,5 meses a expectativa de vida da população do continente.

Mas o relatório também observa que "alguns moradores na Itália e na Espanha" não notaram essa melhora na qualidade do ar.

Na América Latina , a situação é pior: 97,9% da população respirou ar com níveis de poluição acima dos limites da OMS, com a Bolívia liderando a região e sendo um dos 10 países mais poluídos do mundo.

Depois da Bolívia estão Honduras, El Salvador, Guatemala e Brasil.

A AQLI classifica a Índia como o país com maior poluição atmosférica , seguida pelo Paquistão, Bangladesh e Nepal. EFE

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