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Piscinas privadas: os franceses terão que abrir mão delas diante da seca?

Piscinas privadas: os franceses terão que abrir mão delas diante da seca?

Em 2022 e 2023, a França sofreu uma seca histórica. No início de julho de 2025, pouco antes do verão, o governo expressou preocupação com uma situação "já preocupante", segundo a Ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.

Sob a influência das mudanças climáticas induzidas pelo homem e sem mudanças radicais na gestão da água, a crise de 2022 pode se tornar a norma, alertou recentemente o Alto Comissariado para Estratégia e Planejamento. Para algumas cidades, a eficiência hídrica significa reconsiderar a construção de piscinas particulares.

De acordo com a Federação de Profissionais de Piscinas e Spas (FPP), seu número aumentou cinco vezes entre 1999 e 2024, chegando a 3,6 milhões, concentrados principalmente nas regiões do sul.

"A França tem o maior número de piscinas enterradas da Europa (1,73 milhão) e a terceira maior do mundo, logo atrás dos EUA e do Brasil", afirma a federação. O tamanho delas, no entanto, diminuiu – 29 m² em média desde 2019 – assim como o terreno ao redor das casas.

No entanto, em comunidades afetadas pela escassez crônica de água, isso continua sendo um problema. Em janeiro de 2023, as nove aldeias no topo das colinas da região de Fayence, na região de Var, a comunidade de comunas, tomaram uma decisão radical, congelando as licenças de construção por cinco anos, incluindo as de piscinas. O conselho comunitário explicou essa medida como "uma situação muito tensa com risco de escassez de água".

Do outro lado da França, em uma região menos propensa à seca, os 43 municípios de Rennes Métropole decidiram em junho limitar o tamanho das piscinas a 25 m³, ou aproximadamente 3 x 6 metros, e tornar obrigatório um "sistema de cobertura" para limitar a evaporação. Eles também terão que ser equipados com um sistema de coleta de água da chuva com filtragem para reabastecer o nível da água.

Esta medida faz parte de "uma abordagem muito mais abrangente para reduzir os gases de efeito estufa e preservar os recursos hídricos naturais", disse a autoridade local à AFP, combatendo também a impermeabilização do solo. "O desafio é se adaptar a uma nova realidade. Isso é tudo menos ideologia", insiste a autoridade local, localizada em Ille-et-Vilaine, departamento colocado em alerta de seca em meados de julho, com restrições ao consumo de água.

"Não entendo a medida de 25 m³", reage Gaël David, chefe do grupo Piscine 35, com sede em Ille-et-Vilaine e afetado pela decisão da região metropolitana de Rennes. Para o empresário, que já planejava reduzir o número de funcionários dedicados à construção de piscinas, com essa medida, "as pessoas optarão por piscinas acima do solo, que não são cobertas".

Para o FPP, a busca por economia de água não justifica o foco em piscinas privadas. "O tamanho das piscinas diminuiu significativamente ao longo dos anos", disse Joëlle Pulinx, delegada-geral, à AFP. "Uma piscina consome em média 7 m³ por ano", depois de cheia, explica ela. O equivalente a 47 dias de consumo de água potável para um francês.

"Se colocarmos uma cobertura na piscina, limitaremos a evaporação em até 95%", continua Joëlle Pulinx, que enfatiza a "facilidade de uso" das piscinas privadas.

Os únicos dados existentes sobre o consumo de água em piscinas privadas são os do FPP. "O Serviço de Dados e Estudos Estatísticos não dispõe atualmente de dados sobre piscinas e os volumes de água que representam", afirma a assessoria de imprensa de Bercy.

SudOuest

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