Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Mexico

Down Icon

Associações de vítimas das mudanças climáticas alertam que a negação climática está matando pessoas.

Associações de vítimas das mudanças climáticas alertam que a negação climática está matando pessoas.

Torrent (Valência), 15 de julho (EFE).- Associações de vítimas do terremoto de 29 de outubro alertaram nesta terça-feira que o negacionismo climático "mata" e pediram às diferentes administrações que levem esse tema em consideração ao lidar com futuros eventos climáticos extremos.

Esta questão foi levantada durante o evento do Dia Europeu das Vítimas das Alterações Climáticas, organizado pela Associação Intermunicipal de l'Horta Sud, o Grupo de Embaixadores do Pacto Climático e o Comissário do Governo para a Reconstrução, que está a analisar as consequências das alterações climáticas e da tempestade de outubro.

Durante o evento, também foi solicitado que, além da reconstrução física das áreas afetadas, fosse trabalhado os aspectos psicológicos e emocionais dos afetados por esta catástrofe, e que as disputas políticas e as acusações fossem deixadas de lado.

Efeitos devastadores

Para Juan Medina, um dos embaixadores participantes, este é "um evento profundamente simbólico e necessário por ocasião do Dia Europeu das Vítimas das Alterações Climáticas. Fazemo-lo a partir de um território que conhece bem os efeitos devastadores de eventos extremos como o DANA e de um compromisso coletivo com a memória, a justiça climática e a ação".

Como embaixador do Pacto Climático Europeu, mas também como alguém emocional e vitalmente conectado a esta região, tenho orgulho de contribuir para tornar visíveis as vozes das vítimas, o rigor da ciência e o poder transformador dos cidadãos organizados.

Este evento também reconhece o papel essencial das associações de vítimas da DANA, que mantiveram as reivindicações vivas com dignidade e perseverança, bem como a solidariedade supramunicipal que emergiu durante aqueles dias difíceis: desde as câmaras municipais até as ações voluntárias dos cidadãos, que demonstraram que a cooperação e o voluntariado são o melhor antídoto para a emergência. Este não é apenas um evento institucional; é um apelo à participação. Diante do negacionismo, diante da indiferença, este encontro envia uma mensagem clara: a resposta às mudanças climáticas deve ser construída com base na proximidade, na responsabilidade compartilhada e na ação conjunta.

Área muito exposta

Outra embaixadora, Carmen Marqués Ruiz, insistiu que o Mediterrâneo, e Valência em particular, estão altamente expostos às mudanças climáticas. Ela enfatizou que não podemos considerá-las como algo que provavelmente afetará nossos netos ou cujo impacto se estenderá apenas às distantes ilhas do Pacífico. As mudanças climáticas são uma realidade que já nos afeta aqui e agora: com secas, ondas de calor, incêndios florestais...

Ele pediu ações ousadas em um dia em que "lembramos todas as vítimas das mudanças climáticas: particularmente as das enchentes de Valência em 29 de outubro, mas também aquelas em outras partes do mundo, como as enchentes no Texas há alguns dias, as da África do Sul e do Paquistão em junho de 2025, ou os incêndios em Los Angeles em janeiro passado. A lista e a frequência de desastres relacionados às mudanças climáticas são cada vez mais longas e intensas."

Sinergias para reduzir impactos

Para a Embaixadora Freyja Pérez Keller, os eventos em Valência após o desastre — com mais de 300.000 pessoas afetadas, pelo menos 225 mortes e perdas de até € 18 bilhões — nos lembram que as mudanças climáticas não são um futuro distante: são uma ferida aberta. As áreas mais vulneráveis precisam de prevenção baseada em dados, monitoramento constante e ação coletiva. Em todo o mundo, quase 315.000 pessoas morrem a cada ano devido aos seus efeitos.

Pérez Keller enfatizou que as sinergias entre instituições públicas, setor privado, pesquisadores e comunidade são fundamentais para estratégias de educação preventiva. Essas estratégias são essenciais para reduzir não apenas o impacto das mudanças climáticas, mas também o impacto sobre as pessoas que foram vítimas.

Mais extremo, frequente e letal

Por sua vez, José Segarra, outro dos embaixadores participantes, enfatizou que dizer que as mudanças climáticas matam é uma realidade com fenômenos cada vez mais extremos, frequentes e letais, e a tendência não é animadora.

Precisamos trabalhar em prol da resiliência e da segurança e, de acordo com um dos últimos relatórios da Agência Europeia do Meio Ambiente, apenas 4% dos planos de adaptação na Europa consideram diretamente os grupos vulneráveis, que são os mais necessitados. Adaptar-se às mudanças climáticas não pode ser apenas uma questão técnica. É uma questão de justiça social, dignidade humana e responsabilidade política. Porque o clima já mudou... e agora precisamos mudar nossa forma de agir. EFE

ca-jmm/al

efeverde

efeverde

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow