Eles pedem inclusão do compartilhamento de bicicletas no Plano Nacional do Fundo Social para o Clima

Madri, 14 de julho (EFE).- Quatorze entidades do setor de bicicletas compartilhadas assinaram pela primeira vez um manifesto setorial conjunto para pedir ao governo a integração deste modo de transporte no Plano Nacional do Fundo Social para o Clima (SCF), que deve ser apresentado à Comissão Europeia.
Essas organizações, que representam 100% do setor segundo um comunicado divulgado nesta segunda-feira, pedem medidas concretas para "não desperdiçar uma oportunidade única de investimento" que garanta acesso equitativo à mobilidade sustentável e que, além de ampliar a infraestrutura, possa "democratizar as opções de transporte", especialmente em municípios de médio porte, áreas periféricas e zonas de risco de exclusão.
A iniciativa foi anunciada "após meses de diálogo e reuniões técnicas" com o Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico (MITECO), no qual as entidades expressaram "seu desejo de contribuir para uma mobilidade mais equitativa e sustentável" em um país como a Espanha, que "tem três vezes menos bicicletas compartilhadas por 10.000 habitantes do que a Holanda ou a Dinamarca, e metade das da França".
BenefíciosSegundo essas entidades, a inclusão deste veículo de duas rodas no plano que está sendo finalizado pelo MITECO poderá aumentar o número de bicicletas compartilhadas para 100 mil até 2030 — atualmente são cerca de 35 mil, e 89% pertencem aos sistemas públicos municipais —, reduzir as emissões de CO2 em 200 mil toneladas anuais e diminuir o uso de transporte privado em áreas urbanas em pelo menos 10%.
Além disso, o comunicado afirma que "mais de um milhão de espanhóis não podem pagar pelo transporte público e não têm alternativa a um carro", uma situação que é pior nas áreas rurais, onde as famílias devem destinar 14,1% de seu orçamento anual ao transporte, em comparação com 10,6% das pessoas que vivem em áreas urbanas devido ao transporte público limitado disponível nas áreas rurais.
Outros benefícios, de acordo com a análise, incluem tarifas mais acessíveis para grupos vulneráveis e a criação de mais de 5.000 empregos no setor de transporte, o que tornaria o ciclismo um dos "motores de transformação da mobilidade urbana na Espanha".
Medidas a serem tomadasAs medidas propostas estão agrupadas em cinco grandes blocos: promoção do transporte intermodal, otimização e expansão dos sistemas de compartilhamento de bicicletas existentes, implementação do bônus social de transporte e da tarifa social aplicáveis, expansão do programa para incluir municípios de médio e pequeno porte e criação de um programa de microbolsas para necessidades específicas desses serviços.
O manifesto enfatiza a necessidade de incorporar critérios como acessibilidade, tempo de deslocamento e custos de mobilidade no planejamento de novas políticas públicas, além de implementar incentivos e subsídios específicos para bicicletas compartilhadas em municípios com conectividade limitada.
O FSC conta com mais de € 87 bilhões para o período de 2026 a 2032 e tem como objetivo ajudar os cidadãos europeus a arcar com os custos da transição ecológica, incluindo o acesso à mobilidade "limpa e acessível".
Espera-se inicialmente que a Espanha receba cerca de 10,5% do fundo total (mais de € 9,2 bilhões) assim que a Comissão Europeia aprovar o Plano Nacional, que o governo deve apresentar antes do final de 2025 para que a ajuda possa ser implementada a partir de 2026.
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