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Paraguai projeta protagonismo regional

Paraguai projeta protagonismo regional

Em discurso, vice-ministra destaca papel estratégico do país em logística, comércio e integração sul-americana

A escolha do Paraguai como sede da edição 2025 do Mercosul Export, segundo a vice-ministra de Relações Econômicas e Integração, Patricia Frutos, evidencia o protagonismo do país na discussão sobre logística, comércio e desenvolvimento regional. De acordo com ela, o evento realizado em Assunção nos dias 17 e 18 deste mês, promovido pelo Grupo Brasil Export, comprovou a importância da parceria com o Brasil, considerado seu principal aliado comercial e logístico.

“O Brasil, além de ser nosso principal parceiro comercial, é também um parceiro-chave no âmbito logístico, energético e político. Compartilhamos rotas, pontes, corredores, investimentos estratégicos e vários desafios em comum”, afirmou. Conforme ressaltou a vice-ministra, as missões comerciais brasileiras têm gerado impacto em setores como confecções, plásticos e autopeças, além de contribuírem com o fluxo de investimentos. “O Brasil também é uma das principais fontes de investimento direto em nosso país, com projetos que complementam nossas cadeias produtivas e permitem que a economia paraguaia se integre à indústria brasileira, fortalecendo sua competitividade regional.”

Segundo Patricia Frutos, ampliar os projetos conjuntos de cadeias de valor é uma das prioridades do país. “Consideramos necessário termos mais projetos de cadeias de valor, integrando-nos mais.” Ela afirmou que temas como infraestrutura, sustentabilidade e cooperação internacional são pilares da política externa paraguaia e estiveram no centro dos debates.

Vice-ministra Patricia Frutos

Em seu discurso, a vice-ministra Patrícia Frutos destacou que as missões comerciais brasileiras têm gerado impacto em setores como confecções, plásticos e autopeças. Foto: Divulgação/Brasil Export

Ainda de acordo com a vice-ministra, os desafios logísticos enfrentados na região exigem soluções baseadas em regras claras, tratamento equitativo e reconhecimento das assimetrias econômicas e geográficas. “Nossa convicção é de que a integração regional deve se basear em regras claras, tratamento equitativo e uma reciprocidade que reconheça as assimetrias econômicas e geográficas não só do nosso país, mas também das regiões internas do continente que estão afastadas dos mercados ultramarinos.” Para ela, o principal entrave às exportações hoje não são as tarifas, mas sim a imprevisibilidade logística. “Hoje, o problema maior para exportar não são as tarifas, mas a falta de previsibilidade quanto à chegada do produto ao seu destino.”

Como exemplo de integração bem-sucedida, Patricia Frutos citou a Hidrovia Paraguai-Paraná, que responde por mais de 80% das exportações do país. “A hidrovia não é apenas uma artéria que liga o Paraguai ao mundo. Ela dá vida a toda uma região, permitindo acesso fluvial ao oceano para Bolívia e Paraguai, reduzindo custos logísticos para regiões altamente produtivas do Brasil, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e transportando matéria-prima para a indústria argentina.”

Ela também destacou o papel do Corredor Bioceânico, que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, encurtando em até 14 dias o trajeto para a Ásia. “Não se trata de um projeto futuro, mas de uma realidade em andamento, com trechos habilitados e cooperação institucional ativa”, afirmou. A vice-ministra informou que a ponte entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho, com 70% das obras concluídas, é uma das peças-chave dessa rota.

Gargalos

Apesar dos avanços, Frutos reconheceu que ainda há gargalos fronteiriços importantes. “Mesmo após 33 anos de Mercosul, atravessar uma fronteira pode levar sete horas ou mais.” Segundo ela, a ponte que liga Presidente Franco, no Paraguai, a Foz do Iguaçu (PR) é uma das prioridades para melhorar o fluxo de comércio e turismo. Ela criticou a desconexão entre as capitais e as regiões fronteiriças. “As pessoas que vivem nas fronteiras não conseguem cruzar, e muitas vezes estamos ocupados com nossos problemas diários, sem sentir na pele o que um brasileiro ou paraguaio passa para atravessar a ponte em Ciudad del Este, levando quatro, cinco, sete horas.”

A vice-ministra defendeu que o avanço na agenda de integração não traz prejuízos, mas sim benefícios concretos. “Trabalhar nessa agenda não prejudica ninguém. Pelo contrário, nos permite não só integrar, mas também exportar. Porque de que adianta produzir se não conseguimos escoar a produção?”, questionou.

Turismo

Além dos temas logísticos, Patricia Frutos mencionou que o Paraguai vive um momento positivo no turismo, com aumento de 53% na chegada de visitantes internacionais no primeiro trimestre de 2025. Segundo ela, esse crescimento foi impulsionado pelo Chaco, pela cultura local e pela gastronomia. A ampliação do Aeroporto Silvio Pettirossi e o lançamento de novos voos com destino ao Brasil também contribuem para fortalecer o setor.

Para concluir, a vice-ministra destacou o papel central do setor privado na integração regional. “Empresários, câmaras, operadores logísticos, desenvolvimento e infraestrutura são o que transformam redes e integração em uma realidade tangível. O investimento privado, quando apoiado por regras claras e um marco institucional sólido, multiplica seu impacto.” E finalizou: “Espero que as discussões aqui renovem o compromisso de seguir melhorando nossa conectividade e de perder um pouco o medo de nos integrarmos.”

portalbenews

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